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sábado, 25 de julho de 2009

Pesquisa incentiva cultivo de plantas medicinais em Vargem Grande

Pesquisa incentiva cultivo de plantas medicinais em Vargem Grande

Rosilene Ricardo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 82% da população mundial consomem produtos fitoterápicos. No Brasil, o setor movimenta anualmente R$ 1 bilhão e emprega mais de 100 mil pessoas, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico e de Produtos para Promoção da Saúde. Pensando no crescimento dessa área, a bióloga Sandra Magalhães, coordenadora da Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos (PAF) e do Centro de Produtos Naturais, que funciona em Farmanguinhos, na Fiocruz, está desenvolvendo na Zona Oeste o projeto Profito Pedra Branca: Plantas Medicinais em Sistema Agroecológico: Uma Alternativa Socioambiental para Produtores Agrícolas do Maciço da Pedra Branca. O objetivo é estimular na região a produção de plantas medicinais nativas da Mata Atlântica, monitorando o cultivo, o beneficiamento e a comercialização, promovendo o desenvolvimento socioambiental. Seguindo as diretrizes do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que estabelece ações voltadas à garantia do acesso seguro e do uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, à inclusão e redução das desigualdades sociais, ao desenvolvimento de tecnologias e inovações, ao fortalecimento das cadeias, arranjos produtivos e à agricultura familiar, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do Complexo Produtivo da saúde, o projeto trabalha com os agricultores vinculados à Associação dos Agricultores Orgânicos da Pedra Branca (Agroprata), em Campo Grande, à Associação de Produtores Orgânicos de Vargem Grande (Agrovargem), Vargem Grande, e a Associação dos Lavradores e Criadores de Jacarepaguá (Alcri-JPA), em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.[Photo]
"Em sua maioria, os produtores dessas regiões têm baixo índice de associativismo, sofrendo ainda dos mesmos problemas do passado, como falta de assistência técnica, baixa produtividade, ausência de infraestrutura, condições precárias para o escoamento da produção e pouco poder de barganha na hora da comercialização", diz Sandra. Para a pesquisadora, todos estes fatores contribuem para tornar a atividade rural difícil e desinteressante economicamente, o que acarreta sua descontinuidade em favor da especulação imobiliária. Além disso, os agricultores mais isolados têm grandes problemas para escoar sua produção, precisando fazer viagens em lombo de mula – algumas com até três horas de duração – até os pontos de venda. Todos eles produzem sem defensivos químicos, numa atividade "naturalista". "Alguns deles possuem certificação de produção orgânica, mas devido à falta de um local exclusivo para esse tipo de produto, vendem o que cultivam junto aos agricultores convencionais. Segundo a bióloga, é possível cultivar plantas medicinais, aromáticas e condimentares para suprir o mercado varejista e as grandes redes de supermercados. "O estado do Rio de Janeiro depende da produção de São Paulo, o que termina encarecendo esse tipo de produto. Pretendemos contribuir com o conhecimento e a metodologia necessários para desenvolver uma agricultura fluminense produtiva, economicamente viável e ambientalmente correta. O projeto ainda gerará renda e trabalho", explica. A proposta é fortalecer as atividades relacionadas à produção, prescrição e distribuição de plantas medicinais no estado, procurando abastecer o mercado local, especialmente pequenos hortos e farmácias de manipulação em unidades públicas de saúde, como as que já foram implantadas pelo Programa de Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, que funciona há 15 anos. "O apoio aos programas municipais de fitoterapia e o estímulo ao uso seguro de plantas medicinais pode provocar o aumento da demanda, levando à necessidade de aquisição da produção local dos agricultores do projeto", diz. Ela explica ainda que um outro braço do Projeto é a divulgação nas escolas do entorno do Parque Estadual da Pedra Branca, chamado Profito Educação. "O que também deve contribuir para o aumento da demanda, incentivando a aquisição da matéria-prima cultivada pelos agricultores do projeto e fomentando um arranjo produtivo local", diz Sandra. Para isso, o projeto está dividido em três fases. A primeira é traçar o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), coletando informações socioeconômicas e fazendo um levantamento agronômico das propriedades envolvidas. Na segunda fase, serão desenvolvidos cursos, palestras e encontros, abordando temas como manejo racional do solo, controle alternativo de pragas e doenças, cultivo agroecológico, requisitos para implantação de agricultura orgânica, técnicas de irrigação e de beneficiamento primário (coleta, secagem e armazenamento de plantas medicinais). "Também se falará sobre a importância da Política Nacional de Fitoterápicos e Plantas Medicinais e sobre a estrutura de organização de cooperativas agrícolas", acrescenta. Na terceira e última, o projeto procurará desenvolver um modelo de produção para cada comunidade, de acordo com características de solo, topografia, tecnologia disponível e aptidão dos agricultores. "As mudas serão produzidas pela Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos de Farmanguinhos, o que garante sua qualidade fitossanitária, certificação de origem (baseadas em nossos estudos químicos, genéticos e taxonômicos) e transplantio adequado", explica. Para Sandra Magalhães, o plantio respeitará o bioma de cada local, cultivando plantas de acordo com a região trabalhada, diminuindo o impacto do cultivo e preservando a biodiversidade. "Entre as espécies compatíveis com a região da Zona Oeste e com potencial comercial estão a aroeira (Schinus terebinthifolius), a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), o guaco (Mikania glomerata), e a carqueja (Bacharis trimera)", exemplifica. Uma equipe multidisciplinar, capacitada e sediada dentro do campus Fiocruz da Mata Atlântica, que funciona em Curicica, se encarregará de organizar os cursos e palestras, e prestar assessoria técnica aos agricultores, além de contar com a participação de parceiros como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Janeiro (Emater) e outros órgãos. No âmbito do Programa Progestão (Convênio Fiocruz/Faperj) o projeto conta com o apoio da FAPERJ desde 2006, e do Banco do Brasil que, através de seu Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), doou um telecentro (onze computadores e um servidor) para as associações de produtores. Eles permitirão o uso da Internet e a formação de uma rede para comunicação e acesso democrático às informações sobre o cultivo. Segundo a pedagoga do projeto, Silva Regina Nunes, tem havido forte adesão dos agricultores de Vargem Grande e suas famílias ao telecentro e um renovado entusiasmo com as vantagens do associativismo. O uso dos computadores está sendo estendido aos demais moradores da comunidade. "A procura tem sido bem grande; já tivemos mais de 170 inscrições. Por isso, a comunidade até está desenvolvendo outro projeto para atender essa demanda", acrescenta.

Para Sandra, há várias iniciativas bem-sucedidas no uso de medicamentos não-convencionais para o tratamento da população carente em diversas regiões do País. Um deles é o programa Farmácias Vivas, no Ceará. "Esperamos contribuir para a expansão do uso da fitoterapia no sistema público de saúde, como uma alternativa para a redução do custo dos medicamentos, e melhoria da qualidade de vida", conclui a pesquisadora. http://www.faperj.br © FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

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